segunda-feira, 16 de julho de 2007

Um tango argentino é o remédio

A repressão é tendência endêmica na sociedade burguesa, não sumirá de uma hora para outra. A repressão que não existe nas ruas foi deslocada necessariamente para "outros domínios", para a alma das pessoas e, acima de tudo, para os seus corpos.

Uma alma livre e liberta é também uma alma criativa, sem liberdade não se cria só se copia.

Talvez o mundo seja complicado para um libriano sonhador.

Qual será a forma de nos fazer sonhar de novo, como poderemos vislumbrar novas perspectivas para nossas vidas, como transmutar vidinha besta em vida, quem saberá. Existirá?

Será que a saída continua sendo o aeroporto mais próximo?

No retrovisor só vejo escombros, no para brisa nem um ponto de luz, lateralmente os corpos e mascaras caem como folhas ao vento.

E nós aqui em baixo, no terceiro mundo, acompanhamos essa valsa sangrenta, corpos que caem, vidas que se esvaem.

Só me resta dançar um tango argentino.

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